Naquele nevoeiro
Profundo profundo...
Amigo ou amiga,
Quem é que me espera?
Quem é que me espera,
Que ainda me ama,
Parado na beira
Do cais do Outro Mundo?
Amigo ou amiga
Que olhe tão fundo
Tão fundo em meus olhos
E nada me diga...
Que rosto esquecido...
Ou radiante face
Puro sorriso
De algum novo amor?!
CÂNTICO
O vento verga as árvores, o vento clamoroso da aurora...
Tu vens precedida pelos vôos altos,
Pela marcha lenta das nuvens.
Tu vens do mar, comandando as frotas do Descobrimento!
Minh’alma é trêmula da revoada dos Arcanjos.
Eu escancaro amplamente as janelas.
Tu vens montada no claro touro da aurora.
Os clarins de ouro dos teus cabelos cantam na luz!
(De “Aprendiz de Feiticeiro” / in “Prosa & Verso”, Ed. Globo, Porto Alegre, 1978)
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