Para Cecília Meireles
Nós colhíamos flores de hastes muito longas
E cujos nomes nem ao menos conhecíamos...
E nem sequer, também, sabíamos os nossos nomes...
E para quê, se um para o outro éramos Tu, apenas...
Ou quem sabe se a Morte nos houvera bordado numa tapeçaria
A que o vento emprestasse a vida por um momento?
E por isso os nossos gestos eram ondulantes como as plantas marinhas
E as nossas palavras como asas suspensas no vento...
(“Preparativos de Viagem” – Ed. Globo, 1989)
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